março 30, 2007

branco: a cor da liberdade


Incrível sensação de liberdade. Ou, quem sabe, a liberdade em si mesma.

março 28, 2007

"Fazes-me Falta", Inês Pedrosa


Era mais que feliz contigo. Acreditava que tinha encontrado o "principe". Acreditava na eternidade. Achava que a "efémera" era a nossa lição de vida e vivia feliz no nosso mundinho de afectos e carinho.
Estou sozinho. Sozinho com o coração em bocados espalhados pelas tuas imagens.
Fiquei perdida. Felizmente, não sozinha (obrigado Morango e Tonto). Caiu-me um pilar. Ninguém deu por isso.
Quando te conheci vivia um período apático. Um dos poucos períodos apáticos da minha vida.
Não sei onde nos fomos encontrar, mas quando apareces-te trouxeste o sol aos meus dias de nevoeiro.
Não te perdoo o que não soubeste saber de mim.
Durante algum tempo senti-te raiva. Depois, entrei numa fase de apatia e criei o botãozinho. Se não pensasse, não existias.
Não creio que possa envelhecer contigo, mas gostava de ter um filho teu antes de nos separarmos.
Deste-me o sol... a lua, as estrelas... E, um dia, sem aviso, roubastemos. Já tinhamos construído uma vida juntos.
E eis-me preso à memória escura dos teus olhos, dos teus passos saltitantes, da tua alegria convicta que a partir de certa altura começou a açucarar demasiado a minha vida.
Hoje penso que sempre soube que, mais cedo ou mais tarde te ia perder. Saber eu sabia, só não queria acreditar.
Acreditava que o sentido da minha vida estava nesses encontros, e confronto-me agora com a falta que tu me fazes.
Ao teu lado, era feliz. Só. Sem mais nada. Sem tudo aquilo a que fui habituada. Bastavas tu. O teu sorriso. O teu peito para encostar a cabeça.
E entreguei-me - terás percebido isso? Deixei de saber quem era. Continuo a precisar de ti para existir. Para dormir.
Ainda hoje preciso. Não sei bem se preciso de ti ou daquilo que eu era contigo.
«Eu não te mereço isso.»
Não merecia. Fiz tudo por ti, por nós. Mas um só não basta.
Fiquei em ti mas deixaste de precisar de mim, e por isso precisei ainda mais de ti.
Quando percebi que vivias bem sem mim, tive a triste certeza de que também tinhas vivido aqueles meses sem mim.
Descobri em ti aquilo que eu era para além de tudo o que ia sendo.
Hoje sei que quero ir sendo aquilo que sou. Aquilo que aprendi a ser contigo. Obrigado pelo sentido que deste à minha vida.
(04.2006)

março 24, 2007

hoje vou gritar, até que a voz me doa =)

"Quem tem moedas passa à frente"

o que fica na despedida

Na despedida, ficam os bons momentos.

Ficam os 3 anos de lutas e vitórias.
Fica o 1º dia, e fica antes dele, até.
Ficam os que por lá passaram, que foram tantos. Ficas em especial tu, minha dupla imbatível.
Ficam os banhos, os shots, as lições de caipirinhas, as botijas de gás, as cadeiras, as fotos, as músicas, os apertões, as amizades, as lágrimas, os sorrisos, o Bacardi, a Vodka, o Famouse...

Os momentos menos bons ficam também. Superamos o impossível! Afinal, batemos todos os records em tempos de crise.

é mais um record hoje?

Hoje, a última. Desta vez, é mesmo a última.
Lição de 3 anos: acreditar sempre, nunca desistir.

março 22, 2007

Talvez por isso continuava a esperar que alguem especial encarnasse no meu sonho; mas como ao mesmo tempo nao acreditava em sonhos, tinha o resto da vida para ganhar juizo.
Rita Ferro

Apanhei os bocadinhos todos, Bolota. Já não sou só feita de breves pedacinhos.
Mas não os deixei voar. Guardei-os na gaveta dos fundos. Espero que fiquem bem lá. =)

Encontrei-te em Torres, fui ver-te a Lisboa e sinto-te (a falta) em Cascais.

Fazes parte de tudo o que tenho de mais bonito (serás tu uma das causas da beleza?). Já nem me recordo de como era "before-Mary"... =)

março 20, 2007

está a nevar :)

Na minha terrinha do coração.
A pradollano e os borreguiles tão branquinhos.


http://www.sierranevada.es/En%20Pista/WEB%20C%20A%20M%20S
Que enorme vontade de pegar na Vito e fazer 500 km com vocês só pelo prazer que é voar sobre aquele manto branco... Há coisa mais bonita?

março 19, 2007

falta de (in)certeza

Arrebatada por uma falta de incertezas. Incertezas essas que são o sonho e o risco daquilo a que chamo vida. No meio de tantas (e tão poucas) certezas, fico-me pela certeza de que estou onde devia estar. E que caminho para onde me levas. Habituei-me a uma vida cheia de incertezas. Vivi sempre na realidade (ou ilusão) que o importante é ter a certeza do que não quero, mesmo sem a minima ideia do que quero. Estranha forma de vida esta.
Hoje, dou por falta das incertezas. E nada do que tenho é certo. Falta a incerteza de saber se estás ai ou não (estás e pronto!). Falta a vontade das coisas novas, a incerteza de como elas serão. A certeza hoje é de viver tudo, o que é novo ou velho, no meu mundinho feliz (encantado e azul por também ser vosso). Na verdade, neste momento que é o agora, tudo é certo e tão certo é também que tudo que vai deixar de o ser. Fico-me então pela mais bonita certeza, em toda a sua imperfeiçao: com vocês por perto, certo é tudo aquilo que eu quiser.

março 17, 2007

"Sinto-me o Baltazar a olha para a estrela."
A.

março 14, 2007

questão retórica: o que é a paixão?

Durante a paixao, o sofrimento era doença desejada, necessária, prioritária, que exigia um cenário próprio para alastrar a vontade: pouca luz, conforto físico, isolamento. Sem estes requisitos, a dor da paixão era elevada ao suplício. Sofrer, duvidar, esperar, definhar, soluçar, agonizar e morrer pelo menos uma vez por dia, tudo isto fazia parte de uma boa paixão. Além disso, a paixão era o único estado de espirito que me fazia verdadeiramente desvalorizar a morte e esquecer tudo o resto, porque o mundo passava a ser uma só coisa: a estalagem onde o outro habitava, a ponte que me levava a ele, a estrada que me iludia. Era mentira, mas estava provado que a paixão era um abismo em que as pessoas se lançavam de livre vontade, convencidas de que a supressão do outro era uma agonia pior do que a privaçao da vida. E era verdade, sim, que o coração batia mais e não menos durante a paixão; e que ela nos fazia sentir tão vivos e tão humanos e tão férties e tão fortes e tão corajosos e tão animais e tão divinos que nem pela felecidade a trocariamos.
Uma Mulher Não Chora, Rita Ferro


A paixão faz a pessoa deixar de comer, dormir, trabalhar, estar em paz. Muita gente fica assustada porque, quando aparece, derruba todas as coisas velhas que encontra. Ninguém quer desorganizar o seu mundo. Por isso, muita gente consegue controlar essa ameaça, e é capaz de manter de pé uma casa ou uma estrutura que já está podre. São os engenheiros das coisas superadas. Outras pessoas pensam exactamente o contrário: entregam-se sem pensar, esperando encontrar na paixão as soluções para todos os seus problemas. Depositam na outra pessoa toda a responsabilidade pela sua felicidade, e toda a culpa pela sua possível infelicidade. Estão sempre euforicas porque algo de maravilhoso aconteceu, ou deprimidas porque algo que não esperavam acabou por destruir tudo. Afastar-se da paixão, ou entregar-se cegamente a ela - qual destas duas atitudes e a menos destrutiva? Nao sei.
Onze Minutos, Paulo Coelho

março 13, 2007

o trio: Pikas, Bolota & Ornelas


Num cruzamento cheio de sentido entre o Montijo e o Estoril, vens tu, cheia de pensamentos, muito atarefada no alto das tuas botas, sempre com esse sorriso distante de quem não espera da vida mais do que ela dá. Andas sempre com o cabelo louro ao vento, tens sempre qualquer coisa para fazer, nessa tua vida tão distante da minha, mas que partilhaste comigo na nossa mansão. É bonito ver que, mesmo sempre a correr, tens sempre um bocadinho para mim, para nós. Nem que seja para sorrir e perguntar pelos estudos, pelos pais e pela nossa Bolota.
Sinto muito a tua falta, e nem sequer és ausente, só estás mais longe, e às vezes não nos sabemos encontrar. Nem as 2, nem as 3. Faltam as viagens a Óbidos na "camiona" da tia Mi, e os dias bem passados a atentar contra a lingua portuguesa. Faltas tu a falar do teu "Montije", a dizer "vés vés" e a gritar "tó"... Falto eu a tentar explicar-te a diferença entre a "Tafa Uefa" e o campeonato português. Falta a Locas a dizer "boniticas" e a escrever "dificiles". Faltam o 4º e 5º elemento para nos fazerem rir. E o "Santo Escapulário" para nos proteger! =)
Se nos voltarmos a encontrar na mesma casa, a partilhar o mesmo espaço e o caminho das nossas vidas, será tão fácil voltar à rotina das nossas conversas e dos nossos cigarros até às tantas da manhã...
Fazes-me falta, Ornelas. E o teu sorriso também.

março 10, 2007

Óh céus!! Olha acontece...!

Na casa nova ou na antiga, ou em outras que ainda estão para vir. Gosto muito de a ter na minha vida. Veio dar mais cor ao arco-iris, e tornar a vida universitária bem mais divertida. Consigo é tudo mais fácil, a visão da vida é cor de rosa, e os sonhos nunca são impossíveis. E no meio de tantas músicas, gralhas, contestações, parvoices e brincadeiras, nasceu uma amizade para a vida. E, um dia, quando formos velhinhas e estivermos a jantar no Sushimoto ou a beber uma sangria de champanhe na Mercearia Vencedora, iremos rir de todas aquelas peripécias que fazem da nossa vida um mar de alegria!


março 08, 2007

a especialidade do dia

Neste dia especial, ficas tu, mais que qualquer outra pessoa, no lugarzinho especial que tu conquistas-te. Num lugar que é só teu. Porque muitos outros entram e saiem. As nossas vidas são feitas de pessoas que entram e saiem. Mas há os que ficam sempre. E tu ficas, sempre. Alias, tu estás sempre. Mesmo na ausência, na distância e na saudade, nos trilhos lisboeta e "cascaense" das nossas vidas que nos separam por breves instantes, tu estás sempre comigo. E isso é o mais mágico de tudo. Entre nós não há nada por dizer e os nossos silêncios falam por nós. E basta um olhar ou um sorriso. Percebemos sempre. Confiamos sempre. E fazemos da vida uma festa. Uma eterna festa, alegre e azul. Cheia de sonhos. Cheia de memórias, códigos, vitórias. Até nas lágrimas descobrimos o sorriso. E no Hype encontramos um amigo. Deixamos as nossas marcas pela passagem. Choramos e rimos em Santa, e a tua casa cheira sempre a nós. Partilhamos histórias e rimos à parva na esquina, e ainda hoje ela é mais nossa do que de qualquer outra pessoa. Contavamos histórias enquanto fumavamos os incontornáveis cigarros do caminho até casa. Dançamos no Horagá, no 3A, no Bate-Papo, no TVD, no Living, no Faraó... Rimos, bebemos Bacardi e fomos felizes. Fazemos do Páteo a nossa casa, e contigo aquela casa ganhou mais sentido. Subiste a palmeira do Tunel e sorriste, eu fiquei a admirar a simplicidade da nossa felicidade. Somos felizes com pouca coisa, pensei eu, tantas e tantas vezes. Ás vezes achamos que não, mas na verdade a felicidade é uma constante na nossa amizade. Mesmo sem os girasóis, o azul, a efémera, o Hype, os 3 mosqueteiros e todas aquelas coisas que fazem parte da nossa vida. Mas tu estás ai. Eu aqui. E nós vamos estando juntas em qualquer lugar. Juntas.

dia internacional da mulher

As mulheres resistem, não há como humilhar-nos; somos sempre excessivamente belas, incansávelmente sobreviventes, e sabemo-lo. Maquilhamo-nos, dançamos sobre as folhas secas do Outono, amamos desesperadamente pelo prazer de nos sentirmos heróicas.

Queres saber um segredo? O mundo não tem sentido - e eu continuo aqui, não sei onde, à espera que alguma coisa aconteça. Porque as mulheres nunca se cansam de esperar que qualquer coisa aconteça, dirias tu, por isso envelhecem tarde. Ou, melhor dito, nascem velhas.

As mulheres trabalham para tudo, até para o amor. Exigem uma infinita construção de rituais, conversas, uma certa familiaridade com o mistério. São muito menos tolerantes com o imprevisível quotidiano e de uma extrema tranquilidade face às grandes desolações.
As mulheres demoram mais a apaixonar-se -- mas também resistem mais ao processo de desenamoramento.
Inês Pedrosa

março 07, 2007

só saudades

Voltei alguns anos atrás.

Ao tempo em que Torres Vedras era a cidade das aulas, e Santa Cruz a terrinha de uns fugasses dias de verão. Nesse tempo, a vida decorria ai, entre os limites de Benfica e do Linhó. Mais umas semanas na manção da Rocha, uns fins de semana na Salema ou na Quinta da Dádá, as férias do Natal em Serra Nevada ou Andorra, ou os dias no Luso ou na barragem de Castelo do Bode. Que mais poderiamos nós querer se nunca nos faltou nada?
Quatro crianças felizes. Eramos todos tão diferentes que nunca nos fartavamos uns dos outros. Eu era a mais presente, não dividia os fins de semana entre a mão e o pai. Mas era também a mais distante, a minha veia torreense ia sempre comigo e nem sempre ficava à porta. Nos anos em que fomos só quatro era tudo mais fácil. Nasceu uma amizade para a vida. E, como se de uma eternidade fosse, nasceu também o meu primeiro amor. E seguiu-se o primeiro beijo. E eu lia Tiago Rebelo (Para Ti, uma Vida Nova) só pela coincidência no nome: M.C. Mas o grupo foi crescendo, e a entrada do resto da juventude foi o passo maior para o nosso afastamento.
Na altura, Summer of 69 levava-nos ao rubro, acho que nunca soube bem porquê. E faziamos uma viagem Salema-Lisboa a ouvir sempre a mesma música - a letra dos Eagles ficou, ainda hoje a sei decor. Talvez a tenha guardado como recordação da queda propositada nas águas frias da barragem ou da falta de pontaria nos tiros às galinhas com a pressão de ar. Ou talvez só por guardar, como tantos outros momentos de uma boa época.
Ao longo dos anos fomos aprendendo e reaprendendo com as vitórias e as derrotas, as alegrias e os erros dos adultos. Ensinaram-nos um milhão de coisas. Poucas coisas batiam certo com o que aprendiamos londe dalí, mas nunca nos questionamos sobre isso. Era assim e pronto. "Há vidas mais baratas, mas não prestam" (D.V.) era o nosso lema de vida, e dava o mote aos alomoços tardios no Meco ou ás tardes de piscina no Linhó. Era tudo tão perfeito.
E hoje, tenho saudades de ti Linhó. Saudades da amizade que deixaste acabar. Saudades de um tempo que afinal nunca existiu. E ponho em causa toda a minha infância e juventude. Afinal, o que sempre me ensinaram, para vocês não passava de palavras. Os valores, a amizade, o amor. O que é isso afinal? Se vocês não sabem, como podemos nós, vossos disciplos saber? No meio de um grupo tão grande, eu continuei a acreditar. Por muito tempo. Talvez tempo de mais. Hoje, já não acredito.
Disseram-nos, durante tantos e tantos anos qua a amizade move montanhas. Agora sei que não. Mostraram-me vocês que quem comanda é a carteira. No meu tempo, a amizade não se contava em escudos, e as fotos das revistas era tema de última opção. Se voltasse hoje, não saberia viver com toda a subtileza da luxuria. Fui ensinada a viver bem. Não a viver como é de bem.
E, se ao fim de muitos anos, nos juntarmos todos (geração perdida) numa mesa de jantar (talvez no António, para ter mais sentido), espero encontrar ainda o meu lugar. E se no final não houver discussões e ninguém se chatear, prometo que nunca mais dúvido que tive a infância mais bonita do mundo.

Pupa

palavras para quê?





Amizade não tem fim.

bué bué longe... =)


Já chegamos?

março 06, 2007

tenho fases como a lua

Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário inventou para meu uso.
E roda a melancolia seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia, o outro desapareceu...

Lua Adversa, Cecília Meireles

março 05, 2007

Dejavú: 6ª f, 9 de Junho, 2006 - Páteo, Baile de Gala e TVD. Straworange e Lj.


Hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito
Nem que seja só pra te levar pra casa
Depois de um dia normal
Olhar teus olhos de promessas fáceis
E te beijar na boca de um jeito que te faça rir
(que te faça rir)
Hoje eu preciso te abraçar
Sentir teu cheiro de roupa limpa
Pra esquecer os meus anseios e dormir em paz
Hoje eu preciso ouvir qualquer palavra tua
Qualquer frase exagerada que me faça sentir alegria
Em estar vivo
Hoje eu preciso tomar um café,ouvindo você suspirar
Me dizendo que eu sou o causador da tua insônia
Que eu faço tudo errado sempre, sempre
Hoje preciso de você
Com qualquer humor, com qualquer sorriso
Hoje só tua presença
Vai me deixar feliz
Só hoje.

Jota Quest

Para ti, Mary. Nos teus encontros e desencontros. Entre o girassol e o azul.



Somos como os girassóis, um erro brilhante criado por Deus.

Devorador de Pecados

=)


março 02, 2007

Se tudo fosse tão simples.

Queria tanto ser feliz outra vez, que pus em causa toda a felicidade que tinha. Se tudo fosse tão simples. Ainda acreditava no Coelhinho da Páscoa. Mas já não faço dele o amigo fiel. Fieldade. Palavra traiçoiera. Fieis só mesmo as nossas mães. Adormeço em Torres Vedras e acordo em Cascais. A quimica entre os cafés torrenses e o sol da marginal mantêm acessa a chama. Quase pegou fogo! Se tudo fosse tão simples. Vivia sozinha e feliz num qualquer recanto da baia dos pescadores. A vista era o mar, o tecto o céu e tu já não cabias. Casa nova, vida nova! Seria tudo tão simples. Mudamos de ares, de vizinhos, de amores. Deixamos de ver as crianças a brincar no recerio da escola e ouvimos os passarinhos a volta do limoeiro. Deixamos de dizer "bom dia, Sr. João" para dizer "bom dia, R.C.". E ficamos com um sorriso para o resto do dia. Se tudo fosse tão simples.
Se os bons momentos do passado são para guardar, porque é que os maus se misturam também? Quero guardar tudo o que foi bom e mágico e especial. Mas as coisas más vêm mais facilmente à memória. Se tudo fosse tão simples. Já te tinha apagado da minha vida. E vivia agora feliz com tudo de bom que sempre tive ao meu lado e que por tua culpa fui deixando de dar valor.
No fim de contas, descubro que estou feliz... Só por estar. Afinal, os amigos são mesmo o mais importante. E aqueles que deixamos pelo caminho... Bem, esses são para reconquistar. Se tudo fosse tão simples. Eu nunca os tinha deixado partir.