novembro 23, 2006

Popeye, o Marinheiro

Saíste de casa. Levaste-me contigo. Até à praia. Atiras-te uma pedra ao mar. Fiquei a ver. A desejar que com ela se fechasse um velho capitulo da tua vida. Para que eu pudesse entrar nela. Criar um novo tempo para nós. O “nós” não existiu. Foste tu. E fui eu. Passou um ano. E quando cada um deu o seu passo em frente atamos um olhar cúmplice que nunca se desprendeu. E do amor, ou lá o que era, criamos uma amizade pura. Entras no meu carro. Conduzes tu. Dás uma volta a cidade e falas-me delas. Dos novos amores da tua vida. Não tenho ciúmes. Aconselho-te. Digo-te sempre a minha opinião. Sempre te disse. Sempre sincera. Pedes-me para ter juízo. Digo-te “sabes que sim”. Mas afinal é a ti que ele às vezes falta. Não faz mal. O meu ombro de amiga vai estando sempre aqui. Desejas-me toda a felicidade. Eu sei. Foi por isso que gostei tanto de ti. Desejo-te o mesmo. Sim, eu sei que tu sabes. Olhas-me com carinho. Sorris. Dizes adeus. Sais. Entras no teu carro. Eu vou embora, vou para casa. Tu vais para a tua. Não mando mensagem. Já não é tempo. Sei que estás “ai”. É bom saber.

novembro 22, 2006

pedras no caminho

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...
Fernando Pessoa

novembro 17, 2006

o valor das coisas

O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.
Fernando Pessoa

novembro 16, 2006

Um casal de pegas rabudas faz o ninho em frente à minha janela – todas as manhãs sou acordado pelo seu intenso grasnar e fico a vê-las trazer pauzinhos com o bico – acho que é um sinal de boas-vindas ter dois passaritos assim expostos na sua intimidade – é como se me dissessem "eis um bom lugar para começar tudo de novo. Fazemos-te confiança…” o marroquino do bar da esquina recebe-me sempre com um rasgado sorriso e um caloroso aperto de mão - de vez em quando oferece-me mesmo as bebidas – está outra vez a chover - chove muitas vezes - uma chuva miudinha, que mal se sente e que não impede ninguém de sair de casa - nestas alturas o céu fica pesado, cor de chumbo, a tocar os telhados – é quando eu mais gosto de ir à deriva, levado pelas sombras que aqui e ali afloram em determinadas ruas.

Humano, Adolfo Luxúria Canibal e Miguel Pedro

novembro 15, 2006

pelas vezes que não disse e pelas que devia ter dito

Era uma vez um menino que era o melhor em tudo: o melhor atleta, o melhor estudante, mas o que nunca soube foi que tinha sido um bom filho, um bom companheiro, um bom amigo... Num dia de depressão, o menino deixou-se morrer... Quando ia a caminho do céu, encontrou um anjo que lhe perguntou "Porque fizeste isto se sabias que te amavam tanto?", ao que o rapaz respondeu: "Há vezes em que mais vale uma só palavra de consolo do que tudo o que se possa sentir... Em tão longo tempo eu nunca ouvi eu gosto de ti". Como o anjo ficou pensativo, o rapaz disse: "E sabes o que dói mais?". O anjo, triste, perguntou-lhe "o quê?". E o menino respondeu "Que apesar de tudo eu ainda espero ouvir um dia um eu gosto de ti"...

novembro 09, 2006

durante um ano a nossa a vida não passou de um "se"

Você disse que não sabe se não
Mas também não tem certeza que sim
Quer saber?
Quando é assim
Deixa vir do coração.
Você sabe que eu só penso em você,
Você diz que vive pensando em mim
Pode ser, se é assim
Você tem que largar a mão do não
Soltar essa louca, arder de paixão
Não há como doer p'ra decidir
Só dizer sim ou não
Mas você adora um se...

Djavan

novembro 08, 2006

"Hoje, amanhã, todos os dias...
quero que sejas minha... sempre, para sempre...*"

D.O.

novembro 02, 2006

MaryStrawberry

Unidas por aquilo que vamos sendo juntas... O Hype que dividimos com carinho, a dupla que se tornou tripla, as vitaminas: a laranja, o morango, o maracujá... Os incontornáveis cigarros do caminho até casa, a esquina onde passam os "noddy's"... o bacardi que nos faz rir demais, o martini que não o faz... os kalaches de inicio de noite, os shots azuis no final... a tua casa que vai sendo também um bocadinho minha, os segredos da nossa amizade que ela esconde por detrás de memórias de momentos felizes... as letras das músicas que vamos partilhando, o carnaval dançado a 4 pés... as sextas e os sábados... a palmeira do Tunel e a pista do Faraó... "o amor, às vezes só confunde a gente, não sei, se com você pode ser diferente"
Escreveu Inês Pedrosa que o importante não é o que se ama, mas sim a matéria desse amor. E são tantas, Mary, as sucessivas camadas de amor que se vão acumulando a cada dia que passo nos trilhos da tua vida... Eu e tu... o Hype a meias... o banco de jardim... Podiamos escrever um romance... sobre as várias formas de amor... Afinal as nossas vidas são cheias de amores... E amor é também aquilo que vamos repartindo, nas conversas partilhadas, nos nossos sorrisos divididos até às tantas naquele espaço só nosso... Ou as lágrimas que repartimos e mesmo os nossos momentos gloriosos "nós queremos é bolinhas, bolinhas e smiles!!", as maiores, até na sueca!
E tudo isto por seres tu... inocentemente linda, heroicamente amiga, companheira de tantas e tantas aventuras... colega de sonhos e de vitórias, simplesmente Maria...
Um beijo, na boca claro.