novembro 23, 2006

Popeye, o Marinheiro

Saíste de casa. Levaste-me contigo. Até à praia. Atiras-te uma pedra ao mar. Fiquei a ver. A desejar que com ela se fechasse um velho capitulo da tua vida. Para que eu pudesse entrar nela. Criar um novo tempo para nós. O “nós” não existiu. Foste tu. E fui eu. Passou um ano. E quando cada um deu o seu passo em frente atamos um olhar cúmplice que nunca se desprendeu. E do amor, ou lá o que era, criamos uma amizade pura. Entras no meu carro. Conduzes tu. Dás uma volta a cidade e falas-me delas. Dos novos amores da tua vida. Não tenho ciúmes. Aconselho-te. Digo-te sempre a minha opinião. Sempre te disse. Sempre sincera. Pedes-me para ter juízo. Digo-te “sabes que sim”. Mas afinal é a ti que ele às vezes falta. Não faz mal. O meu ombro de amiga vai estando sempre aqui. Desejas-me toda a felicidade. Eu sei. Foi por isso que gostei tanto de ti. Desejo-te o mesmo. Sim, eu sei que tu sabes. Olhas-me com carinho. Sorris. Dizes adeus. Sais. Entras no teu carro. Eu vou embora, vou para casa. Tu vais para a tua. Não mando mensagem. Já não é tempo. Sei que estás “ai”. É bom saber.

Sem comentários: