dezembro 31, 2008

tão longe de chegar, mais perto de algum lugar



Zélia Duncan

esta noite sou dono do céu



Pedro Abrunhosa & Sandra de Sá

retrospectiva 2008

livro: Rosa Vermelha em Quarto Escuro, Pedro Paixão

música: Mudar de Bina, Norberto Lobo

filme: Sex and the City

foto: com o Afonso no barco

local: Praia da Rocha

dezembro 30, 2008

o que fica em 2008

este ano perdi muitas coisas na minha vida. perdi quase tantas como as que tive. ou tive a ilusão de ter todas as coisas na palma da mão. e ganhei muitas coisas novas, tantas quantas foram possível. e fico feliz por serem agora irreversíveis porque já não as tomo como minhas. falei quando devia ouvir e sorri quando devia chorar e fechei os olhos quando devia pensar. e soube rir nos dias cinzentos e soltar os fantasmas no escuro e correr contra o vento. e levantei voo quando as asas falharam. e a voar rasguei as palavras que tinha dito e não voltei a dize-las.
levo para 2009 uma mão cheia de nada e um vazio que me completa.

nunca pensei enganar-me tanto

Cansada de me convencer que apesar do teu individualismo, estava a tal inevitabilidade a que nos submetemos e chamamos amor, pensei que, com todo o amor que sentia por ti, te iria suavizar e de alguma forma fazer parte do teu equilíbrio, tornando-me subtilmente indispensável. Nunca pensei enganar-me tanto. Mas só agora percebo que o teu amor por mim não foi uma inevitabilidade, mas uma escolha. Alguém que te chamou a atenção e que, um dia, decidiste que querias atravessar, com a intuição certeira de um animal selvagem que procura refúgio temporário, quando está cansado. Sei que não vinhas a fugir de nada, nem à procura de coisa nenhuma. Mas acho que, quando eras pequeno, te arrancaram uma parte de ti, e desde então ficaste incompleto e perdeste, quem sabe talvez para sempre, a capacidade de adormecer nos braços de alguém sem que penses no perigo de ficar na armadilha do carinho para todo o sempre.
Margarida Rebelo Pinto

dezembro 29, 2008

se tu fosses um vegetal serias

uma cenoura.

depois de cozida, fica molinha.

apaguei-te

que alívio.

pequenos auges nocturnos

"Tudo o que entra por cima, tem de sair por baixo." (S.C.)



"Não sei se tem fio, se tem cabo, se tem terra."
leia-se: "Não sei se t'enfie, se t'encabe, se t'enterre." (C.A.)

dezembro 17, 2008

Até os semáforos têm opção intermitente.

teoria da minha vida amorosa passada segundo N.G.

"fizemos uma sociedade:
eu entrei com o pé, você entrou com a bunda"
gosto daquele pedaço de tempo entre o fim das noites e o começo dos dias, em que posso descansar os olhinhos só porque sim. porque não preciso. porque não queremos.

dezembro 16, 2008

"A diferença entre a vida a ser vivida e a vida a ser recuperada na memória" (Paulo Coelho)

abri os olhos. acordei para a vida e fugi. de ti.
libertei-me de mim mesma, que me prendia ao que não tinha qualquer razão para prender. e experimentei a liberdade que é viver sem alguém que não nos permite viver. experimentei viver de novo. ser eu. só eu.

pequenos auges turísticos

"No escurinho não custa nada." (C.V.)


"O professor leva o chouriço." (F.C.)


"Dou-lhe um 13." (T.S.)


"Hoje dormi com SIG." "Comigo?" (T.S. & J.R.)

dezembro 09, 2008

os minutos não são sempre iguais

gosto de senti-los quando se demoram a passar entre as nossas mãos. mas não gosto quando passam a voar, mais velozes que as palavras que temos para dizer.

dezembro 04, 2008

"se fosses um vegetal serias

um alho francês!


faz o seu trabalho eficientemente e não contagia o resto da comida com o seu sabor" (F.N.)

dezembro 02, 2008

já chorei com razão e consegui sorrir.
já cai e levantei-me.
já errei e admiti os erros.
já pedi desculpa e consegui que aceitassem.
já desobedeci e depois arrependi-me.
mas ao fim de todos estes anos vejo que por mais lições que a vida me dê, eu vou continuar a falhar sempre. a iludir-me e enfrentar a desilusão.

quando (nos) perdem

chegamos à conclusão que eles só dão valor quando perdem. que agora querem, mas nós não. agora, nós já somos os melhores, os maiores, os mais bonitos, os mais que tudo... que não éramos à tempo atrás. mas o agora é sem eles e só eles não percebem isso. e tudo isto, por causa deles. curioso, não é?