outubro 21, 2008

sentes-me

sentes-me longe. eu sei. eu sinto-me a meio de um caminho do qual desconheço o fim, e sinto a tua falta a meu lado para me lembrares, como só tu fazes tão bem, que a vida é assim mas nós somos super-mulheres. nem sei se estou a seguir pelo caminho certo. tenho descoberto mais força em mim do que alguma vez pensei que tinha. tenho aprendido a lidar com as desilusões encarando-as de frente e não pondo-as para trás. e confesso, que até tenho gostado de as enfrentar. descobri, de novo, que há coisas que não quero para a minha vida. e, mais importante, descobri que estou bem assim, que sou feliz assim. num caminho incerto, mas cheio de certezas daquilo que não quero. há buracos em que, arrisco dizer, nunca mais voltarei a cair. sinto-te a falta. tento combate-la nos cafés com quem me fala de ti. oiço o teu cd vais vezes. queria poder partilhar contigo o dia-a-dia da solidão que não se sente sozinha. sim, acho que no fundo é isso. é estar sozinha mas saber que não estou sozinha. tenho-te comigo, sempre.

outubro 20, 2008

reconheço o poder da palavra e a interferência que o alcool faz nela.

outubro 15, 2008

Lisboa das nossas noites

A nossa vida é toda para diante. Tudo mexe, tudo vive e palpita e se transforma rapidamente. … As noites são mortas, sem um music lux, sem um restaurant de muit com champagne, mulheres, flôres, musicos tziganos de casacos vermelhos, bulicio, alegria e movimento. …É necessário desprezar todas as formas de imitação. … Lisboa … que se assemelha uma enorme mulher, cujo sexo escancarado defronta o atlântico, esperando uma nova potência e uma nova virilidade(…)



Excertos de Uma Exposição original, Impressionista, Cubista, Abstraccionista? De tudo um pouco. Entrevista de João Moreira de Almeida publicado em O Dia, a 4 de Dezembro de 1916

10º aniversário do Lux (29 Set)

Que o teu desejo seja suficiente para chamar um eléctrico … a cor arroxeada que antecede a aurora e debruçá-nos alguns instantes, absortos na contemplação do rio e de duas majestosas gruas … eis propõem que festejemos, sem medos, o presente. … E os anos não lhe pesam. … Nesses instantes, o sexo pode sair-nos pela ponta dos dedos, tal como a bondade … Temos os pés no chão? Não, seguramos o coração nas mãos. … Dançar como se não houvesse amanhã. … Um mar de gente mascarada. … Como se as luzes na pista fossem o caminho das estrelas e não houvesse mais nada a fazer a não ser segui-las … É quase uma experiência de libertação colectiva, em que toda a gente perde a compostura para se entregar desenfreadamente à dança … fico a pensar nos olhos de quem me vê … Disse os seus nomes em voz alta – Poderosa e Vigorosa.
Acho que já disse mais do que suficiente. Há histórias que não se contam, cantam-se. … Do que é que estás à espera? … que aconteçam coisas boas a quem merece … Prefiro aguardar para ver … Gosto de ser dominado, embora não seja dominável … Tenho a certeza que vais gostar. Ler nas entrelinhas (…) ler (…) entre linhas … O resto está tudo em aberto… E mais não digo.
(in: Jornal Lux Frágil, N.º 00, Setembro 2008)

outubro 13, 2008

empresta-me ela da tua vida para diminuir o espaço da tua ausência. para que me lembre mais e melhor de ti. para saber que contigo ao lado o caminho é mais alegre.

outubro 07, 2008

no meio de tanta desilusão, ainda se encontram pessoas que valem a pena conhecer.



e em certos casos, dar o braço a torcer. porque a primeira impressão nem sempre é a correcta.

outubro 06, 2008

lá na quinta

viras e mais voltas que a vida deu e aqui viemos parar. juntamos a vontade de fazer mais e melhor, de fazer do velho novo, de superar. juntamos o teu humor, ao meu lado social e aos malabarismos dele. fizemos de pedreiros, carpinteiros, pintores, cozinheiros, decoradores. partimos, construimos, limpamos, rimos, rimos e rimos. mesmo quando ele dizia que não ia estar pronto a horas, ou quando ela discordava de tudo e de todos ainda sem saber do que estava a discordar. mesmo quando parecia que estava tudo encaminhado e algo corria mal. dizem que é assim na nasce uma família: no trabalho, na união, numa mesa de jantar onde se junta o cansaço à força para continuar.
não é concorrência. não é rivalismo e muito menos seria contra vocês. há palavras que devem ser bem pensadas antes de ditas. mas fizeste-me ver que temos feito um bom trabalho. apesar da inveja ser uma coisa feia.