julho 25, 2006
sinónimos
julho 17, 2006
a simples razão
Encontrei um homem, e apaixonei-me por ele.
Deixei-me apaixonar por uma simples razão: não espero nada...
Onze Minutos, Paulo Coelho
julho 12, 2006
(falta de) consciência
Uma Mulher Não Chora, Rita Ferro
julho 10, 2006
um dia
Vai chegar o dia em que terás de atender o telefone, terás de responder às minhas mensagens, terás de me enfrentar e me explicar porque é que desapareceste da minha vida.
julho 07, 2006
alma de pássaro
Encolho os ombros e respiro ainda mais fundo, à procura de uma força qualquer que não encontro. Afinal, do que é que eu estava à espera? Vem aí o Verão, e quando o Verão chega, fica tudo mais ou menos confuso, como diz o Fred. Boys will be boys. Talvez a Ana e a Teresa tenham razão: vivo com demasiada fé e dedicação uma relação que, afinal, não é assim tão sólida. Ou, se calhar, é. Mas eu sou tão insegura que já ponho tudo em causa, só porque ele, hoje, vai jantar com os amigos e não passa comigo o fim-de-semana. Que chatice, estes medos fazem de mim a minha maior inimiga, se continuo assim, a minha vida rapidamente se transforma num inferno.
Mas quem corre por gosto, não cansa.
Se não fosse o Miguel, não sei o que seria da minha vida. Já nem me lembro como era antes dele aparecer...
- Um dia destes vou-me outra vez embora, já sabes como sou...
Eu sei, mas não me interessa. Nunca me interessou o que é que o Miguel ia fazer no dia seguinte, muito menos dai a uns meses. Habituei-me a tê-lo ao meu lado, sem lhe exigir mais do que a sua presença e o amor que tem para me dar. Habituei-me sobretudo a não esperar nada e a receber tudo o que me dá como uma dádiva, uma éspecie de bónus, o prémio que deixa o bom funcionário surpreendido.
...olho para o Miguel a dormir a meu lado, e lembro-me de que não é meu, que pode partir de um dia para o outro, como fez o Pedro. Mas quando acordo e no dia seguinte ele ainda lá está, penso que cada dia a mais já é uma eternidade. E os dias sucedem-se numa paz harmoniosa e tão doce que vai apagando a memória das discussões com o Pedro...
O Miguel está, sem saber, a apagar os fantasmas... O Miguel está a fazer-me bem, e só por isso, já merecia o mundo.
Gosto de me derreter pelo fio a falar com o Miguel.
E porque é que não há-de resultar uma relação que tem tudo, com uma pessoa que adoro, com quem me dou tão bem em tantas coisas? Antes do Miguel aparecer na minha vida, vivia sempre com a sensação que demasiadas coisas me passavam ao lado.
Quem ama e consegue esquecer é uma espécie de assassino: mata a realidade, apaga-a, renega-a e tranforma-a num pesadelo absurdo no qual somos obrigados a aprender outra vez a viver.
Alma de Pásaro, Margarida Rebelo Pinto
ponto final
O ponto no final da frase. Um espaço em branco numa linha recta. Dirias, "foi uma vida que ficou para trás". Mas eu nunca acreditei no que tu dizias, porque tu não sofrias. Ou pelo menos, não sofrias como eu. Eu era o sangue, a lágrima e a dor do nosso sofrimento. Tu, limitavas-te a ser memória. Eu gritava, zangava-me e não compreendia. Tu fechavas os olhos e fingias que nada acontecia. Eu ia embora zangada, tu não ias. Tu nunca deixavas o teu mundo, nem me emprestavas quando eu precisava. Foi ao conquistá-lo que percebi que nunca ia ser meu. Eu queria ser feliz a teu lado. Tu só querias ser feliz. E a nossa felicidade caminhava lado a lado, mas não tinha o mesmo destino. Seguimos sempre o mesmo caminho, mesmo quando os nossos mundos tomaram sentidos diferentes. E reconhecemos, mesmo ao longe, os sorrisos que nos uniram por uma vida inteira. Mesmo assim, tu nunca quiseste voltar a trás. E eu, nunca tive coragem de correr a trás de ti.E como as nuvens do tempo que passaram, outros sorrisos vão abrindo caminho por uma janela nos fundos. Porque hoje, acordei e vi: "há uma nova estrela a brilhar no céu."