fevereiro 11, 2011

por teimosia, talvez, não se me enfia na cabeça a ideia de dar em troca de receber. talvez por uma questão de berço ou por experiência autodidacta, acho que quando se dá à espera de receber, não se dá por gosto. e peço desculpa se o meu ponto de vista for tristemente humilde ou pareça mentira, dou porque gosto de dar. e quando falo em dar, refiro-me a tudo na vida. em tempos li que seja o que for, só se recebe na medida em que se dá. não sei se isto é bem assim.
sempre fui assim: dou sem receber, sem esperar por receber, e ainda bem para mim, porque quem espera cansa mas nem sempre alcança. e já me aconteceu tantas vezes dar e receber do avesso, isto como quem diz, dei amor, recebi traições. chamem-me tonta, mas não aprendi a lição (ou se calhar aprendi mas não mudei de opinião). vou continuar a dar a quem acho que merece, mesmo sabendo que vou acabar por descobrir que muitos não merecem, e toma lá mais uma desilusão. sou assim, com a minha extrema racionalidade que tantas vezes entra em choque com a minha ingenuidade que não é bem ingénua, é mais do tipo, eu sei que me vais enganar, mas enquanto isso não acontece, vamos lá ver se me fazes rir.
devíamos aprender com o tempo a distinguir quem é que nos vai desiludir daqueles que nos fazem bem, porque bem vistas as coisas, quanto maiores forem as desilusões, mais facilmente nos deixamos enganar, naquela esperança parva de substituir com tanta urgência aquela pessoa que nos fez tanto mal por outra que nós temos a certeza, sem a ter, que é especial porque apareceu quando precisávamos.
tenho para mim que amizade e amor não são mais do que dar sem esperar receber. mas não me interpretem mal: se não recebo nada em troca, é porque o sentimento não é reciproco. e isto não é egoísmo ou uma forma subtil de saber se sou correspondida seja no que for: se não me dás, é porque não és meu amigo. é uma forma de encarar os males do tempo e todas as desilusões de uma forma menos ingénua, porque chega uma altura na nossa vida em que nos cansamos de ser enganados e só nos resta duas opções: o cinismo e o desprezo. uso os dois, depende do caso.
não digo que me arrependo de ter dado tanto e não me faz grande moça não ter recebido de volta. aprendi a distinguir as pessoas que não dão porque não podem, das que não dão porque não querem, das que não dão porque não percebem. e há casos ainda que me estão pendentes porque continuo na esperança de um dia me darem valor (e não peço mais), por tudo o que lhes dei.

1 comentário:

Carlota_Vinhas disse...

Dúvidas, incertezas, desilusões, amores e desamores, todos diferentes e, no fim das contas, todos iguais de certa forma e, a resposta é sempre a mesma...! I.e. em relação a ti e a mim e a poucas pessoas que conhecemos, já vais perceber.

Nascemos bem, graças a Deus.
E, com isto, quero dizer de corpo e alma! Nem todos têm essa sorte...
Feliz ou infelizmente, depende de quem lê a mensagem, tivémos uma educação e uma formação que assentam em princípios, valores, carácter e escrúpulos. Entre esta panóplia de pontos que formam a espinha dorsal de um ser humano está uma coisinha chamada "bondade"!
Bondade, generosidade e coração são algumas das qualidades que me fizeram morrer de amores por ti !
Porque és igual a mim, estejas perto ou longe, bem ou mal, contente ou triste @ the end of the day seja o que for e quando for, estás à distância de um telefonema e, eu sei perfeitamente disso.
Aqueles que não sabem ou que duvidam, simplesmente não são boas pessoas, quanto mais teus amigos.
E assim, ao longo da vida, se vai vendo quem merece o quê!
Ao longo do tempo vou-te respondendo porque, de vez em quando parece que te esqueces a boa pessoa que és!!! :P