o velho dá lugar ao novo.
há muito que fechei um capitulo na minha vida.
começo a gostar de mudanças.
outubro 23, 2012
outubro 09, 2012
ainda não acredito
há muito tempo que a vida não me dava uma chapada destas. desde a última desilusão no fim do ano passado, que nem me custou assim tanto, que não tinha estas dores de estômago. porque ainda hoje não acredito, porque espero a cada minuto um telefonema teu a dizer que é mentira, que não eras capaz, que confessaste para proteger alguém, que te armaram uma cilada. acreditar é deitar abaixo muitos momentos da minha vida, que partilhei contigo porque eras um pilar que me tem sustentado a força nos últimos anos, não muitos, mas bons. acreditar é por em causa aquilo que vivemos juntos. é fazer das vezes que te defendi uma mentira. é não te conhecer. queria uma explicação, uma razão muito boa para o teres feito, para te poder desculpar. mas sei que não há desculpa no mundo para este tipo de traição e não acredito que alguém te perdoe uma coisa assim. não sei se sempre foste assim mas quero, por tudo, acreditar que não. não sei quando isso começou, quem te ensinou, o que te levou a fazer uma maldade destas. não sei se é necessidade ou doença. não sei se te escondes por medo ou por vergonha. mas gostava de saber. juro que gostava, para poder encontrar um lugar para ti na minha vida neste momento: se em stand by ou se estás fora de vez.
nós e a praia
gostava de ser como tu e a maioria das pessoas, no primeiro dia de sol
estar pronta para ir para a praia. não que não compreenda, mas eu não
sou assim. e tu já devias estar habituado. eu, para ir para a praia,
preciso de ver se os bikinis do verão passado estão em condições, não há
coisa que me chateie tanto como bikinis com elásticos estragados.
preciso de comprar protector solar, e sabes que tem de ser piz buin que
os outros não gosto. e o óleo também, aquele da boticário de urucum e
canela, porque a minha melanina não é das melhores e demoro a ganhar
cor. tenho de procurar o saco da praia, dos maiores que houver porque
sabes que levo tudo, a toalha, que há anos é a mesma porque não encontro
outra assim grande, as havainas a condizer com o bikini, o top e os
calções, "é só para ir à praia", dizes tu, mas eu vou com estilo.
preciso de uns óculos de sol baratos porque acho um crime levar os vogue
para voltarem riscados. preciso de um bom livro, escova e elásticos de
cabelo, a caixa das lentes não vá dar-se o caso, toalhitas, garrafa de
água e uma peça de fruta caso a fome aperte. é claro que com isto já
passaram duas horas e tu já estás a desesperar, que quando chegarmos à
praia já o sol se foi e tudo o mais. mas falta o banho, sim vamos à
praia, mas eu tomo banho antes e não vale a pena discutir. e quando
finalmente entramos no carro, eu já cansada da azáfama das preparações,
tu já cansado mim, começa a discussão da praia para onde ir. eu não
gosto de santa cruz, tu não gostas de peniche, a mexilhoeira que é das
melhorzinhas não tem bar e a ericeira está sempre cheia. "não gostas de
praia", é a tua deixa. gostar até gosto, mas não desta. gosto da minha
praia da rocha, e pouco mais. cresci em barragem e alto mar, e por isso
areia não é a minha cena. mas não vou contrariada nem deixo de gostar.
só preciso que entendas que preciso de tempo e que tenho de levar o meu
mundo comigo.
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